Nota de Repúdio: Diretório Central dos Estudantes da UFG, Centro Acadêmico de História, Centro Acadêmico de Agronomia UFG
Goiânia, 20 de abril de 2012 Os estudantes da Universidade Federal de Goiás na cidade de Goiânia vêm de público, formalizar veemente o apoio aos camponeses: Elvira Cândida de Jesus Pereira e Ronaldo Rodrigues da Costa em sua luta justa pela manutenção de suas terras, bem como manifestar nosso repúdio as ações do Banco Itaú, do poder Judiciário e da Polícia Militar de Catalão. Há mais de 200 (Duzentos) anos um pequeno pedaço de terra pertence à família de dona Elvira, de onde provem a única forma de sustento dos mesmos. Em 1997 após um empréstimo no Banco do Estado de Goiás (BEG), criou-se uma dívida de 12 (Doze) mil reais, paga apenas parcialmente por João Batista, não completando o pagamento devido a um problema na saúde dos filhos. Em 2001, ano em que o Itaú comprou o Banco do Estado de Goiás, João deu como garantia de empréstimo a penhora de animais e a hipoteca da terra. O judiciário em uma ação irresponsável não executou a penhora, dessa forma a terra foi leiloada sem que a família fosse notificada. No final de março um oficial da justiça e a polícia militar foram à propriedade com um mandato judicial de despejo da família. Há 25 dias, camponeses, estudantes da UFG de Catalão e apoiadores da sociedade civil mantém um acampamento na propriedade para evitar o despejo. Em uma das manifestações pacíficas em frente ao Banco Itaú, policiais militares utilizaram de violência física e verbal para conter os manifestantes, ferindo estudantes, camponeses e até uma mulher grávida. Ação repressiva e desnecessária por parte da Polícia Militar, que demonstra o despreparo da categoria e sua condição enquanto ferramenta opressora do estado. Sem respostas os camponeses e apoiadores decidiram tomar uma decisão radical, e em protesto contra as ações do banco e do judiciário, Dona Elvira e mais quatro apoiadores estão desde o dia 16 de abril em greve de fome. Portanto concluímos que o caso que envolve a família de Dona Elvira não passou por um processo legal, abrindo precedentes para que esse tipo de prática de expropriação ocorra com outras famílias camponesas, beneficiando os bancos e os latifundiários. Dessa forma, reiteramos nosso apoio e solidariedade à família e aos manifestantes e o nosso repúdio às ações do Ministério Público e do Banco Itaú. Assinam essa nota: Diretório Central dos Estudantes da UFG Centro Acadêmico de História – UFGCentro Acadêmico de Agronomia - UFG
Fonte: UFG/CAC/GETeM